Nas provas de Português, em todos os Concursos,
estão presentes textos das mais diversas naturezas, por exemplo, persuasivo,
informativo, humorístico, didático... Contudo, vale lembrar que todos se
organizam em três modos: descrição, narração e dissertação.
DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação
cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível,
porém, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir
sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina; é
não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são
aspectos importantíssimos na descrição. Existem duas possibilidades de descrição:
a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real.
Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros
largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..."
("O Ateneu", Raul Pompéia)
Estrutura:
a) Introdução: a
perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos
gerais.
b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se
encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e
psicologicamente.
c) Conclusão: não há um
procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando
se completa a caracterização.
Características:
a) Presença de Substantivos e Adjetivos.
O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor
alegre do sol.
b) Frases curtas dão um tom de rapidez ao texto.
Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente.
Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal, muito crente.
c) Sensibilidade para combinar e transmitir sensações física (cores, formas,
sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos).
d) Verbos de estado
e) Linguagem metafórica
Exemplos:
Darcy
Ribeiro (fragmento)
Um dos mais
brilhantes cidadãos brasileiros, Darcy Ribeiro provou ao mundo que um homem de
nada mais precisa além da coragem e da força de vontade para modificar aquilo
que, por covardia, simplesmente ignoramos. Ouvi-lo, mesmo que por alguns
instantes, nos levava a conhecer sua sabedoria e simplicidade, era um
verdadeiro intelectual cuja convivência com os índios o fez adquirir invejável
formação humanística.
Darcy tinha
a pele clara, olhos negros e curiosos, lábios finos e trazia em seu rosto
marcas de quem já deixou sua marca na história, as quais harmoniosamente
faziam-lhe inspirar profunda confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois
cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo ante os seus ideais maiores,
ele sabia o que queria, e não mediu esforço para conseguir.
Descrição de Objeto – Clarinete (fragmento)
Um elemento
clássico e imprescindível num concerto, o clarinete, com seu timbre aveludado,
é o instrumento de sopro de maior extensão sonora, pelo que ocupa na banda de
música o lugar do violino na orquestra.
O clarinete
que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário
por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O
clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico
formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a
cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura
é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.
Sua cor é
confundivelmente marrom, havendo partes em que se encontra urna sensível
passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta
centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente
desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta
e cinco centímetros de comprimento e dez de largura...
Estrutura:
a) Introdução: apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no
espaço.
b) Desenvolvimento: através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax.
c) Conclusão: existem várias maneiras de se concluir uma narração, por exemplo, esclarecer a trama.
b) Desenvolvimento: através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax.
c) Conclusão: existem várias maneiras de se concluir uma narração, por exemplo, esclarecer a trama.
Características:
a) Verbos de ação, discursos direto, indireto e indireto livre.
b) Imaginação para compor uma história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa. Pode ser romântica, dramática ou humorística.
c) A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
b) Imaginação para compor uma história cativante que entretenha o leitor, provocando expectativa. Pode ser romântica, dramática ou humorística.
c) A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
- O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história;
- QUEM? - a personagem ou personagens;
- COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
- ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
- QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
- POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
Exemplo:
Além do
espelho, lembranças.
Um dia, quando encerrava meu trabalho, fixei a
atenção em um simples objeto da minha sala. Caminhei, paulatinamente, ao seu
encontro e, à medida que me aproximava, sentia meu ego explodir em sensações
indescritíveis.
Ali, diante dele, parei. Meu reflexo testemunhava
as marcas do passado e trazia, à tona, as lembranças da infância e da
adolescência. As imagens, agora, misturavam-se, comprometendo minha lucidez.
Senti meu corpo flutuar e minha visão apagar-se, de forma que eu me concentrava
em recordações, apenas.
Assim, momentos depois, revia meus irmãos e
vizinhos correndo em volta da mesa, mamãe fazendo o jantar, papai,lendo o
jornal, os cães brincando no jardim e, também, meus amigos de colégio, antigos
casos amorosos.
Recuperei o bom senso, por um instante, mas não
durou mais que isso, pois, novamente, brotam outros pensamentos: o nascimento
dos filhos e a ascensão profissional.
Minutos depois, tudo acabara. Diante de mim havia
só um espelho, cujo reflexo já não era de um cenário fantasioso de minha mente.
DISSERTAÇÃO: dissertar
é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em
argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta
expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar.
O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, quanto maior a
fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.
Estrutura:
a) Introdução: consiste na proposição do tema, da
ideia principal, apresentada de modo a sugerir o desenvolvimento.
b) Desenvolvimento: consiste no desenvolvimento da matéria, isto é,
discutir e avaliar as ideias em torno do assunto, permitindo uma conclusão.
c) Conclusão: pode ser feita por uma síntese das ideias discutidas no desenvolvimento. É o resultado final.
c) Conclusão: pode ser feita por uma síntese das ideias discutidas no desenvolvimento. É o resultado final.
Exigências para uma boa dissertação:
a) Conhecimento do assunto (adquirido através da leitura, da observação
de fatos, do diálogo, etc.);
b) Reflexões sobre o tema, procurando descobrir boas ideias e conclusões
acertadas;
c) Registrar argumentos fundamentais numa sequência;
d) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for supérfluo,
desnecessário;
e) Desenvolvimento do plano com
clareza e correção, mantendo sempre fidelidade ao tema. Agora é preciso
treinar: próxima aula, exercícios!
Fonte: http://www.portuguesconcurso.com/2009/08/tipologia-textual-narracao.html
Fonte: http://www.portuguesconcurso.com/2009/08/tipologia-textual-narracao.html
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