(Na primeira página o título da peça, o nome do
autor, endereço e ano)
O MISTERIOSO DR. MACHADO
por..........
(cidade, estado)
(ano)
(Na segunda página, todos os personagens da peça)
PERSONAGENS
Frederico Torres, vereador.
Aninha, secretária de Frederico.
Dona Magnólia, viúva ainda jovem, mãe de Aninha.
Machado, médico, irmão de Dona Magnólia.
Sinval, motorista de Machado.
Vicente, amigo da família.
(Macro rubrica) ÉPOCA: primeira metade do século
XX; LUGAR DO DRAMA: Rio de Janeiro
(Na terceira página, a macro rubrica)
PRIMEIRO ATO
[Casa de família da classe média. Sala de
estar com sofá, abajur, consoles e outros móveis e apetrechos próprios. Uma
saída à esquerda dá para o corredor. À direita, a porta principal de entrada
da casa. É noite. (Macrorubrica)]
CENA I
(Dona Magnólia, Aninha)
[Dona Magnólia, recostada no sofá, lê um
livro. (Rubrica objetiva)]
ANINHA
[Entra na sala (Rubrica objetiva)]
Olá,
mãe.
DONA MAGNÓLIA:
[Levanta-se do sofá, tem numa das mãos o livro
que lia (Rubrica objetiva). Surpresa: (Rubrica subjetiva)]
O que
aconteceu? Você nunca volta do trabalho tão tarde!
ANINHA
[Mantem-se afastada da mãe, a poucos passos da
porta. (Rubrica objetiva)]
Na
volta passei na Capela da Glória. Eu precisava refletir... (Desalentada:
(Rubrica subjetiva)) Mas não adiantou muito. Meus problemas são de
fato problemas!
*
(Muda a Cena devido à entrada de mais um
personagem)
CENA II
(Dona Magnólia, Aninha, Sinval)
SINVAL
[Parado à entrada do corredor, tosse
discretamente para assinalar sua presença. As duas mulheres
voltam-se para ele (Rubrica objetiva)]
Dona
Magnólia, eu vou buscar Dr. Machado. Está na hora dele fechar o
consultório.
ANINHA
[Num ímpeto: (Rubrica subjetiva)]
Não,
Sinval. Hoje eu vou buscar meu tio. Vou no meu carro. Tenho um assunto para
conversar com ele na volta para casa.
SINVAL
[Embaraçado: (Rubrica subjetiva)]
Dona
Ana... Às quintas-feiras ele não vem direto para casa... Eu é que devo ir.
Ele voltará muito tarde.
DONA MAGNÓLIA
[Volta-se
e lança o livro sobre o sofá (Rubrica objetiva); dirige-se
autoritariamente a Sinval (Rubrica subjetiva)]
Diga-me,
Sinval: o que meu irmão faz nas noites de quinta feira? Quando pergunto
a ele, sempre me vem com evasivas. Diga-me você.
Quando
a fala de um personagem tem uma ou um conjunto de palavras a serem
pronunciadas com ênfase, usa-se o itálico para assinalar essa ênfase.
Exemplo:
ANINHA
Mas não adiantou muito. Meus problemas são de
fato problemas!
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Como
iniciar o drama? É uma boa ideia iniciar a partir de um detalhe dinâmico da história,
deixando para o espectador imaginar o que possa ter ocorrido antes a partir
dos diálogos iniciais que ele ouve. Não há ação dramática sem conflito. O
tema de todo drama é, como visto, um confronto de vontades humanas. O objeto
da peça não é tanto expor personagens mas também contrastá-las. Pessoas de
variadas opiniões e propensões opostas chegam ao corpo a corpo em uma luta
que vitalmente importa para elas, e a tensão da luta será aumentada se a
diferença entre as personagens é marcante. Se a cena inicial é uma discussão
entre um fiscal e um comerciante devedor dos impostos, logo os espectadores
tiram várias conclusões sobre a situação dos dois protagonistas.
Concepção
dos personagens. O
personagem será como um amigo ou
um inimigo para o dramaturgo, e ele escreverá a seu respeito com conhecimento
de causa, como se falasse de alguém que conhecesse intimamente. Embora na
peça ele explore apenas alguma faceta em particular do caráter dessa figura
imaginária, ele a concebe como um tipo completo, e sabe como ele se
comportaria em cada situação da história a ser contada. Por exemplo: uma
mulher devotada à religião e à sua igreja, que coisas ela aprova e quais
outras reprova no comportamento das demais pessoas? Um indivíduo avarento,
como age com os amigos e com que se preocupa em cada diferente situação do
convívio social? Como reconhecer um escroque antes mesmo dele abrir a boca?
Tudo isto requer muita observação relativa a como as pessoas revelam sua
personalidade e o lado fraco ou forte de seu caráter. Com essa experiência de
observação será fácil para o autor da peça construir seus personagens e
montar em torno deles uma história de conflitos, concorrência, competição
desonesta ou cooperação fraterna, e por aí desenvolver um drama que poderá
ser ao mesmo tempo interessante e educativo.
Tudo no
personagem precisa ser congruente, para que ao final algo surpreenda o
espectador. Suas roupas, onde mora, suas preferências, seus recursos
financeiros, sua facilidade ou dificuldade em fazer amigos, suas preocupações
morais, se lê ou não livros e jornais, que diversões prefere ou se pratica ou
não esporte, tudo isto deve concorrer em um personagem autêntico, sem
contradições. Muito já se escreveu sobre pobres se tornarem ricos, e ricos
ficarem pobres, e também sobre ateus convertidos, ou almas boas que se
deixam levar ao crime, mas a novidade em cada história será a tragédia
envolvida nessa transformação, que leva alguém a um gesto que antes não se
poderia esperar dele.
Personagens
que têm uma motivação forte e cujas ações se dirigem sempre com objetividade
no sentido do que buscam, sem medir os riscos, sempre são os personagens mais
interessantes, mas esse empenho forte se torna, muitas vezes, seu lado fraco
e vulnerável. Justamente uma ação que vai contra a inteireza de um tipo pode
se transformar em um ponto alto na história, como seria o caso de um sovina
que, depois de receber uma lição da vida, se comove com a situação de alguém
e lhe dá um presente de valor. É quando o personagem quebra sua inteireza,
antes bastante enfatizada, que surge um grande momento na peça.
O
dramaturgo precisa, no entanto, resumir ao mínimo as características de seus
personagens, porque será sempre mais difícil encontrar aquele ator que assuma
a personalidade ideal por ele criada, e possa bem representá-la, e ainda
preencher sua descrição de um tipo físico quanto à altura, peso, cor da pele,
que seja corcunda ou coxo, tenha cabelo crespo ou liso, etc. Por isto, quanto
ao físico, deve indicar somente características indispensáveis para compor um
tipo, sem exigir muito nesse aspecto. A equipe técnica poderá completar a
caracterização com os recursos disponíveis, seguindo a orientação do Diretor
de Cena. Ela poderá inclusive preparar o mesmo ator para representar mais de
um papel, se a caracterização for simples e a troca de vestimentas e demais
caracterizações puderem ser feitas sem demasiado esforço e em tempo muito
curto.
Ao
escrever a peça, o dramaturgo deve dar a cada personagem um quinhão
significativo de atuação, porém na proporção da importância do seu papel, e
fazer com que cada um deles tenha algo por que lutar, algo que precisa alcançar.
Deve pensar no entrelaçamento de todos os interesses entre si, e nos
conflitos resultantes, e as consequências para os que vencerem e os que
fracassarem.
Inspiração. A peça tem sua ideia central,
relativa a um tema; seu título e todas as cenas devem guardar uma relação
clara e objetiva com essa ideia. O interesse intelectual não é suficiente
para fazer uma peça boa de se ver. O público quer passar por emoções de
simpatia e também de autoestima (opinar sobre o que assiste). A plateia
procura, imóvel e estática, entender a mensagem de uma peça sofisticada, e ao
final da representação está cansada, enquanto que, se ela desperta emoções,
será, no mínimo, uma peça interessante.
Recursos
a evitar.
Fazer um número grande de cenas curtas, fazer a história saltar vários anos
para frente, ou fazer uso do recurso de flash back, isto cria confusão
e irritação nos espectadores. Outros recursos que se deve evitar são: criar
personagens invisíveis, que são descritos em minúcias mas que nunca aparecem
no palco. Também prejudica o interesse da Plateia aquelas cenas em que um
personagem deixa o palco e volta trazendo algum recado ou conta uma novidade.
Final
Feliz.
Conceber um final para uma história pode ser a parte mais difícil do trabalho
criativo. Um final precisa corresponder ao fechamento lógico do drama
desenvolvido nas cenas antecedentes. Não pode ser a solução de conflitos
colocados apenas nas últimas cenas, nem a solução para os conflitos colocados
no início, deixando-se de lado as complicações que se seguiram. O final feliz
precisa ser crível, aceitável para os espectadores como a melhor opção, ou
como desfecho claro e compreensível que satisfaz de modo inteligente ao
suspense, traz o alívio que dissipa as tensões do clímax, e espalha um
sentimento de compensação plena na plateia.
Certifique-se de não ter escrito demais.
Roteiros normalmente duram cerca de um minuto por página, ainda que haja
algum espaço para se exceder. Roteiros não são como livros, em que a contagem de palavras é um jeito
definitivo de determinar a extensão da obra. Tome cuidado.
Bom Trabalho!
Fonte: http://modeloatoratriz.com.br/como-criar-um-roteiro-de-teatro/
http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.html
http://pt.wikihow.com/Escrever-um-Roteiro
modelosprontos.com/wp-content/uploads/2015/06/nomes_roteiro_de_teatro.doc
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